João e Maria resolvem
vender tudo o que têm na cidade grande e se mudar para o interior. Cidade
pequenina, sem assaltos, sem roubos, sem mortes no trânsito e sem um monte de
coisas.
Lá no interior, em
Tabuí, resolvem que o melhor que poderiam fazer seria montar uma farmácia.
Compram uns remedinhos, assim pra dor de barriga, dor de cabeça e febre e mais
uns outros e tá montada a farmácia. A dita cuja fica no térreo e o casal ocupa
o andar de cima. Era o único predião de Tabuí. No primeiro dia, não aparece
nenhum freguês. Nem no segundo e no terceiro. No quarto dia, vem um pedir água.
No quinto dia, lá pelas quebradas da madrugada, alguém bate na porta de aço,
aprontando o maior barulhão.
- Ô de casa! Abre aqui
pur amô de Deus!
O João acorda meio tonto
e fica vou não vou... Até que a Maria fala:
- Vai, João! É nosso primeiro freguês, sô! Vai lá e atende o homem!
João desce, ainda tonto,
de má vontade, trocando as pernas. Abre a porta com dificuldade, ao mesmo tempo
em que pensa “quem sabe agora, nesta hora, consigo vender muito remédio, para
descontar os dias em que passei à míngua”.
Assim que abra a porta,
quem ele vê? O Cirino, o maior bebum da cidade.
- O sinhô tem meroral?
2 comentários:
João deve ter tido vontade de matar. Eita, povim de Tabuí é abusado demais da conta!
Leila
Pqp, acordar de madrugada para atender bebun......
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