
Mas
um dia, eles, que nem conheciam a capital, resolvem ir a Bel’zonte. Vicentina
bota bastante vidiperfume na mala de papelão, causdiquê seu sonho era conhecer
um shopping. Umas roupinhas de ver
Deus, umas chinelinhas, um par de botinas e... Pé na tábua.
Na
capital, já no pondiôns perda rodoviária, o casal começa com uns desacertos por
que não sabiam pra que lado era o shopping,
na Praça da Savassi.
-
É pra lá, Centina!
-
Né não! É bem pra lá, Paminonda!
Cada
um apontava pro lado oposto do outro. Só quando resolveram perguntar “cêssá siesse ôns passanassavass?” é que
descobriram que o Epaminondas estava certo.
No
shopping havia a apresentação de umas momças muito bonitas mostrando um monte
de coisas e, inclusive, uma coleção de maiôs, biquínis e lingeries. Epaminondas
achou aquele trem bão demais da conta, encarapitado nas pontas dos pés, olhos
bem arregalados mode não perder nada do espetáculo... Babando de montão e mãos
nos bolsos.
Vicentina,
vendo o assanhamento do moço, com comportamento bem diferente daquele marido
pacato lá da roça, tão manso e tão vergonhento, não aguenta o vexame e, com
ciúme nunca dantes aparecido, passa-lhe uma escaramuça:

Sem
tempo de prestar atenção ao que a mulher dizia, ainda com os olhos grudunhados
nos traseiros das moças, Epaminondas responde:
-
Uai!... Num é de vera, muié? Óiaqui, ó!... Sáquieu tamém tava pensano a mema
coisa?
Um comentário:
joaquim
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