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26/06/2014
RETRATINHO 3X4
Naquele dia o Camisola estava sóbrio. Era de manhã e mal tinha acabado de acordar. Ressaca sim. Ressaca era uma constante na sua vida, a cada dia, pela manhã. Pois não é que um dia antes a mulher do Camisola tinha sumido? Ninguém dava notícias e ele resolveu dar queixa na polícia. O delegado foi logo afirmando e perguntando:
- Pra gente achá ela precisamos de uma fotografia, cidadão! O Senhor tem?
- Foto? Da minha muié?
- Claro que não é a sua foto, seu Camisola!
- Eu, hein!... – Camisola não se sentiu bem como cidadão ali naquele meio não. Mas, mostrou a foto da Odetina. O delegado olhou, olhou... Fechou um olho, arregalou o outro... Olhou bem pro Camisola. E, ainda na dúvida, perguntou:
- Mas, senhor Camisola, o senhor tá querendo mesmo que a gente ache ela?©By Eurico de Andrade, in Tabuí e seus Causoshttps://www.facebook.com/causos e http://tabui.blogspot.com.br/
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04/06/2014
BÊBADO REGENERADO

Naquele comecinho de noite o Dejalma, como sempre fazia, saía à cata de um boteco onde pudesse tomar uma dose pra molhar a goela e tirar a poeira que entrara na dita cuja durante o dia. Chega ao Copo Sujo e já vai gritando:
- Ô Bigode! Bota aí pra mim meio copo de leite de rã integral!
O Bigode, assustado com a estranheza do pedido, pensou “aí tem coisa”...
- Tem não, Dejalma. Nem desse e nem de nenhum otro leite, sô. Aqui é um bar, cê bem sabe!
- Antão, cê dicerto num vai tê leite de cobra tomem não, né? Cobra sucuri?
- Mas que maluquice é essa, ô Dejalma! Ondé que já se viu cobra dá leite?
- E leite gelado de porca, Bigode? Num me diga quiocê num tem!...
- Ô Dejalma, acho quiocê tá quereno fazê hora ca minha cara, né?... Acho qui é mais mió cê í simbora daqui...
O Dejalma ficou meio tristonho, cabeça baixa... Aí, depois de uns 10 segundos filosofando, dá um murro no balcão, olha pro Bigode e diz:
- Ó, Bigode, ocê é a prova de que eu quiria tomá leite... Já que num tem, vô tê que tomá uma pinguinha memo... Bote uma aí!... Digero!...
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19/03/2013
HABEMUS SEVERUS ARTHRITIS
Em dia de pouco movimento no trem de
ferro, ia ele, lentamente, como de costume, rumo a Tabuí, carregando uns minguados
passageiros. Dentre eles, o padre que iria substituir o vigário, Padre
Anacleto, nas suas férias. Ao lado do padre, absorto num jornal, com ares de
intelectual, estava um bêbado que chegara cambaleante vindo do carro da frente.
Assim que o padre avistou ao longe a cidade de Tabuí, o bêbado, educadamente,
puxa conversa:
- Sô padre! Suscristo!... Com
licença!... Hic! Sabe o sinhô o que provoca – hic! - essa tar de artrite que
fala aqui no jornali?
Padre novo, descansado, conversador,
ao notar o bafo espantante e represado saindo das entranhas do bebum, resolve
dar-lhe uma sutil lição, mesmo sendo redundante:
- Ah, meu amigo, artrite é doença
perigosa... Sabe como ela chega? Pela vida cheia de pecados de alguns, com
promiscuidade, sexo desregrado, muito fumo, farras intermináveis, parceiras
sexuais variadas e, principalmente, consumo excessivo de bebidas alcoólicas...
- O bêbado olhou pro padre com olhos
arregalados, como quem estivesse duvidando. Abaixou a cabeça e continuou a ler
o jornal.
O padre, por sua vez, achando que
tinha pego muito pesado com o bêbado, para não deixar má impressão, resolveu
dar uma amaciada e foi a vez dele puxar conversa:
- Há quanto tempo o senhor tem
artrite?
- Eu, sô padre? Deus – hic! - me
livre! Dominus vobiscum!...Tenho não!... Hic!... Aqui no jornali tá dizeno que
quem tem é o papa!... Hic!
04/12/2009
Frango de pescoço dobrado
Naquela noite Cirino e Bentinho não agüentavam mais a vontade de tomar umas e outras. Antes de chegarem ao boteco, resolvem que tão com fome e passam na venda da Carorina para comprar frango frito com farofa. Carorina corta o frango bem cortadinho, põe a farofa em cima, bota tudo numa travessa de plástico e os dois se mandam pra noite.
- Ô Bentinho, bora ali no Copo Sujo tomá uma daquesde lambique, vamo!
- Ó sô, inhantes vamo escondê o frango pra mode a gente num ficá sem ele, né memo? Tá cheio de bebum aí, doidos por um tira-gosto...
Botaram o frango no meio da moita de assa-peixe, ao lado do Bar Santo Antonio, apelidado de Copo Sujo e começam a labuta da noite. Bebem uma, duas...
Nessa hora, mais de dez da noite, passa pela moita de assa-peixe o Everaldo, mais tonto que gambá depois da briga. E com vontade de aliviar a barriga, já com atraso de dias, pois que tinha prisão de ventre, deixa lá, em cima do frango, a sua lembrança.
Cirilo e Bentinho, pela quinta, sexta ou décima dose da noite, mais pra lá do que pra cá, com fome, acertam a conta, doidos pra comerem o franguim assado. Voltam à moita de assa-peixe e começam a destroçar o comestível.
- Ô Cirino, cê comprô mais de um frango, home?
- Ieu? Ieu não, uai! Só um!
- Hum! Hum! Foi mais. Ó, só de pescoço já comi uns treis, e tudo cumprido!
- Ô Bentinho, bora ali no Copo Sujo tomá uma daquesde lambique, vamo!
- Ó sô, inhantes vamo escondê o frango pra mode a gente num ficá sem ele, né memo? Tá cheio de bebum aí, doidos por um tira-gosto...
Botaram o frango no meio da moita de assa-peixe, ao lado do Bar Santo Antonio, apelidado de Copo Sujo e começam a labuta da noite. Bebem uma, duas...
Nessa hora, mais de dez da noite, passa pela moita de assa-peixe o Everaldo, mais tonto que gambá depois da briga. E com vontade de aliviar a barriga, já com atraso de dias, pois que tinha prisão de ventre, deixa lá, em cima do frango, a sua lembrança.
Cirilo e Bentinho, pela quinta, sexta ou décima dose da noite, mais pra lá do que pra cá, com fome, acertam a conta, doidos pra comerem o franguim assado. Voltam à moita de assa-peixe e começam a destroçar o comestível.
- Ô Cirino, cê comprô mais de um frango, home?
- Ieu? Ieu não, uai! Só um!
- Hum! Hum! Foi mais. Ó, só de pescoço já comi uns treis, e tudo cumprido!
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