Cirino recebeu visita do seu conhecido Luiz dos Prazeres, dos tempos em
que trabalhou em São Paulo. No lugar de levar o homem pra casa logo, foram
primeiro pro boteco tomar umas.
- Ó Luiz, aqui ocê vai cunhecê uma pinguinha da boa, sô! A mais mió de
Tabuí e vi falá que do mundo!...
E taca Providência no senhor Prazeres que já tava ficando de olho torto.
A alegria do Cirino é que o visitante era homem abonado e, portanto,
preocupação com a conta não havia. Já tarde da noite é que ele resolve que é
hora de ir pra casa.
- Ó, sô! Praminhã a muié já tá preparano um armoço dos mais mió de baum.
Cê vai cumê é franguim ao moio pardo no armoço e doce de marolo de sobremesa...
Pãozinho de quejo nora quiocê quisé... Cada dia uma cumida diferente... Aí quiocê
vai vê o qui é uma mineira boa de cuzinha, sô! Minha muié é das mais mió que
tem...
- Cumpá Luiz, agora vô mostrá procê a minha casa!...
Cês viram que o tabuiense não deixava o outro falar. E lá foram os dois,
prum dos cantos da Rua do Assobio. Ao chegarem, Cirino continuava com a palavra:
- Ó, cumpade! Tá veno aquela marelinha ali? É a minha casa. Entra
padento!... Tá veno essa sala? É minha! Ali é minha cuzinha, ali é minha
varanda e ali é meu quarto. Vem cá pcê vê!... E aquele ali durmino ca minha
muié sô eu!... Uai!?...
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