Padre Anacleto entrou de férias e foi
passar uma temporada na sua terra natal, rever os parentes na velha Itália.
Em seu lugar, a Cúria Diocesana mandou para
Tabui o frei Fúlvio, também italiano, cuja tarefa na Diocese era substituir
eventualmente os párocos que entravam em férias, ficavam doentes ou, por algum
motivo, se ausentavam de suas funções. Ao chegar a Tabui, foi recebido com
festa e muitos agrados. E entre os muitos presentes recebidos, ganhou de um
piedoso sitiante um gordo peru. Além das suas funções habituais da paróquia, frei
Fúlvio acrescentou-se também a tarefa de cuidar diariamente do peru. Todas as
manhãs, antes da missa, baixava no fundo da horta da casa paroquial para deixar
trato e água pro seu peru. Com o passar do tempo, afeiçoou-se ao bicho como a um
bom amigo.
Numa bela manhã, ao se dirigir ao fundo
da horta, deu com o cercado vazio. Constatação lógica: passaram os cinco dedos
no peru do padre. Aborrecido com o fato, sem saber o que fazer, não querendo
envolver a polícia, passou o fim de semana conjeturando a maneira de tratar do
assunto com os paroquianos. E tomou o que achou a decisão mais correta: usar o
sermão da missa das onze, do domingo, a mais concorrida do dia, para abordar o
assunto.
- Caros irmãos! Preciso que me ajudem a
resolver uno problema molto grave. Respondam às minhas
perguntas ficando de pé. Quem, aqui presente, tem um peru? - Todos os homens
ficaram de pé, o que assustou o celebrante e deixou-o confuso.
- Non...
Quero saber quem já viu um peru? - Todas as mulheres casadas ficaram de
pé.
- Dio
mio!... Quero saber é quem já teve vontade de ter um peru? - Todas as moças
ficaram de pé.
- Mama
mia!... Não entenderam... non capito?
Estou querendo saber é quem viu o peru do padre? - Aí só o sacristão ficou de
pé.
(Causo recolhido e enviado por Joaquim da Silva Junior, de Carmo do Rio Claro-MG)
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