10/05/2013

O PERU DO PADRE



Padre Anacleto entrou de férias e foi passar uma temporada na sua terra natal, rever os parentes na velha Itália.
Em seu lugar, a Cúria Diocesana mandou para Tabui o frei Fúlvio, também italiano, cuja tarefa na Diocese era substituir eventualmente os párocos que entravam em férias, ficavam doentes ou, por algum motivo, se ausentavam de suas funções. Ao chegar a Tabui, foi recebido com festa e muitos agrados. E entre os muitos presentes recebidos, ganhou de um piedoso sitiante um gordo peru. Além das suas funções habituais da paróquia, frei Fúlvio acrescentou-se também a tarefa de cuidar diariamente do peru. Todas as manhãs, antes da missa, baixava no fundo da horta da casa paroquial para deixar trato e água pro seu peru. Com o passar do tempo, afeiçoou-se ao bicho como a um bom amigo.
Numa bela manhã, ao se dirigir ao fundo da horta, deu com o cercado vazio. Constatação lógica: passaram os cinco dedos no peru do padre. Aborrecido com o fato, sem saber o que fazer, não querendo envolver a polícia, passou o fim de semana conjeturando a maneira de tratar do assunto com os paroquianos. E tomou o que achou a decisão mais correta: usar o sermão da missa das onze, do domingo, a mais concorrida do dia, para abordar o assunto.
- Caros irmãos! Preciso que me ajudem a resolver uno problema molto grave. Respondam às minhas perguntas ficando de pé. Quem, aqui presente, tem um peru? - Todos os homens ficaram de pé, o que assustou o celebrante e deixou-o confuso.
- Non... Quero saber quem já viu um peru?  - Todas as mulheres casadas ficaram de pé.
- Dio mio!... Quero saber é quem já teve vontade de ter um peru? - Todas as moças ficaram de pé.
- Mama mia!... Não entenderam... non capito? Estou querendo saber é quem viu o peru do padre? - Aí só o sacristão ficou de pé.

(Causo recolhido e enviado por Joaquim da Silva Junior, de Carmo do Rio Claro-MG)

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