18/05/2013

A HISTÓRIA SE REPETE



Jordelina tava com uns trens esquisitos pra sua juventude de dezoito aninhos. Umas tonturas misturadas com perdas de apetite e até uns danados de uns vômitos. Curuzes!... A moça quase não comia e, quando comia, vomitava... Tadinha!...
Médico fez exame e concluiu com seus botões “é gravidez, só pode!”. Pediu exame. Batata!...
- A Jordelina tá grávida, quase chegando nos três meses, dona Matilde!... E aposto que a senhora vai dizer que “ela não conhece homem”, não é dona Matilde?
- É dotô. Essa menine só veve dendecasa, sô! Onquiela foi arrumá gravidez, diacho?
- Diz aí, Jordelina! Diz pra sua mãe que você nunca esteve com um homem!...
- Mais é verdade, mãe! Nem nunca bejei um home! Cruzcredo! Que trem mais isquisito!
Enquanto as duas continuam conversando e às vezes discutindo, o médico, silenciosamente abre a gaveta e pega sua luneta, focaliza-o em algum lugar no firmamento e fica olhando, sabe-se lá o quê.
Dona Matilde, depois que não tinha mais o que conversar com a filha, certa do erro do médico, cheg-as e ele e pergunta, em tom superior:
- Pra que esse trem aí, ô dotô?
- Ó, dona Matilde, não quero de forma nenhuma perder o espetáculo. Da última vez que ocorreu de uma virgem ficar grávida, veio uma estrela do Oriente e no rastro dela, três reis magos. Não posso perder isto agora, entende?