Jordelina tava com uns trens esquisitos pra sua juventude de dezoito
aninhos. Umas tonturas misturadas com perdas de apetite e até uns danados de
uns vômitos. Curuzes!... A moça quase não comia e, quando comia, vomitava... Tadinha!...
Médico fez exame e concluiu com seus botões “é gravidez, só pode!”.
Pediu exame. Batata!...
- A Jordelina tá grávida, quase chegando nos três meses, dona
Matilde!... E aposto que a senhora vai dizer que “ela não conhece homem”, não é
dona Matilde?
- É dotô. Essa menine só veve dendecasa, sô! Onquiela foi arrumá
gravidez, diacho?
- Diz aí, Jordelina! Diz pra sua mãe que você nunca esteve com um
homem!...
- Mais é verdade, mãe! Nem nunca bejei um home! Cruzcredo! Que trem mais
isquisito!
Enquanto as duas continuam conversando e às vezes discutindo, o médico,
silenciosamente abre a gaveta e pega sua luneta, focaliza-o em algum lugar no
firmamento e fica olhando, sabe-se lá o quê.
Dona Matilde, depois que não tinha mais o que conversar com a filha,
certa do erro do médico, cheg-as e ele e pergunta, em tom superior:
- Pra que esse trem aí, ô dotô?
- Ó, dona Matilde, não quero de forma nenhuma perder o espetáculo. Da
última vez que ocorreu de uma virgem ficar grávida, veio uma estrela do Oriente
e no rastro dela, três reis magos. Não posso perder isto agora, entende?
2 comentários:
adorei o blog
gostei do seu blog, parabéns !
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