Vou
contar procêis um causo sucedido com cinco personagens de Tabuí, envolvidos
numa complicada operação financeira. São eles: Abecê Nogueira, Zezé Sossegado, Diva Gina, Pretende
Reduzido e Orelhuda Vesguinha.
O Abecê Nogueira chegou ao Tabuí, vindo da capital, onde passara
alguns meses trabalhando e foi direto pra loja do Zezé Sossegado. Lá ele tirou cinco notas de 100 reais e pagou o sofá
que iria dar de presente para a esposa. O Zezé Sossegado, cansado de
tanto sossego, mandou o empregado ir correndo à
casa da fabricante dos móveis, a dona Orelhuda Vesguinha,
para pagar uma prestação vencida, com as mesmas cinco notas de 100 reais.
Dona Orelhuda Vesguinha, por sua vez, que fornecia alimentação
para seus cinco funcionários, pegou os 500 reais e foi direto ao açougue do Pretende Reduzido, onde pagou a carne que devia dos seis meses
anteriores. Quitou sua dívida, portanto. E o Pretende Reduzido o que fez? Correu ao bordel da Diva Gina e pagou uma dívida adquirida por serviços
prestados, com as mesmas notas do início da história. Dona Diva Gina não titubeou e, com as cinco notas de 100 reais, foi à loja do Zezé Sossegado, onde tinha comprado umas camas pras meninas, a prazo,
e fez o pagamento de duas prestações vencidas.
Vc
pensa que acabou? Acabou nada. O Abecê Nogueira, quando levou
o sofá pra casa, viu que não dava certo. O trem era maior que a parede e
tampava a metade da porta da sala. Teve, portanto, que devolver o sofá à loja do
Zezé Sossegado e, logicamente, pegou de
volta as cinco notas de 100 reais que lá deixara e que já passara pelas mãos de
4 outras pessoas, pagando dívidas.
Conclusão:
em Tabuí dívidas foram pagas e, curiosamente, ninguém ganhou e nem gastou
dinheiro. O crédito para os envolvidos foi restaurado e voltou neles a vontade
de continuarem a investir na cidade.
Aí eu
pergunto: economia é coisa pra se entender?
(Causo reescrito com base em texto enviado pelo amigo José Vitorio Bahia, de Bambuí-MG)
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