Duas
amigas, com muita quilometragem rodada, encontram-se após alguns anos de separação
e trocam confidências na pracinha de Tabuí, assim bem sentadas no banquinho:
-
Cumé cocê tá, sá?
-
Tintiano, cumade Lilica... Tintiano. E a famiage vai bem?
- Famiage
vai bem, sá! Ieu é que ando cumas coisa, cumade Mariana. Lá in casa o trem tá
feio!
- O
que qui tá feio, sá!
- O
Ditão, uai! Niqui chega de noite lá vem ele com aquela mãozona boba!
-
Rummm! E daí?
-
Daí, sá, é qui eu ando tão sem vontade, cumade Mariana!...
- Ó cumade
Lilica, é o seguinte: é só cumeçá a coçá qui o trem vorta, sá!
- Cê
acha quié mezzz, cumade?
-
Cumade Lilica, muié é iguar qui onça: fica véia, perde inté os dente, mas a
vontade de cumê carne num passa não, sá!...
(Baseado em relato de Luzia Nunes, de Aparecida de Goiânia-GO)
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