08/05/2013

JURUMELA ATACA NOVAMENTE



Zezim Vereador era, em Tabuí, o que o próprio apelido indicava. Virou vereador profissional e não sabia fazer mais nada na vida, além de enganar o povo com um carguinho aqui, outro ali, uma vaga no hospital, um remedinho na farmácia, um conserto de estrada por conta da prefeitura... Essas coisinhas ele ia arrumando de um jeito ou de outro.
Até que um dia, chega a Tabuí a senhora Senadora. Sim, senadora lá de Brasília. Mulher fina e chique demais da conta viera para conhecer a região onde recebera uns votos e, quem sabe, conseguir mais outros. Zezim era dono de uma charrete e resolveu convidar a autoridade para um passeio pela zona rural, onde, segundo ele, ela era muito querida. A distinta, querendo mostrar-se humilde e sem luxo, topou o passeio e foram os dois estrada afora. O Vereador Zezim emocionado e cheio de cerimônias.
Esqueci-me de dizer que quem tava puxando a charrete era o Jurumela, recentemente adquirido pelo vereador, com verba da prefeitura. Pois bem. O Jurumela ia puxando os dois e ouvindo aquele papo fiado do vereador até que, numa certa hora, deu um tropeção ao enfiar o pé num buraco onde era cupim e, junto, solta um sonoro pum. Para o Zezim aquilo foi muito normal e natural, mas a Senadora ficou encabulada. Vermelha feito um tomate maduro, perdeu o fio da meada e embaralhou o assunto. Como o Zezim nada falou, ela resolveu consertar a situação.
- Desculpe nobre vereador Zezinho, mas como é a natureza, não?
- Nada, nobre Senadora! Picisa de descurpá não. Inté pensei qui sesse o meu Jurumela, uai!...

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