Zezim Vereador era, em Tabuí, o que o próprio apelido
indicava. Virou vereador profissional e não sabia fazer mais nada na vida, além
de enganar o povo com um carguinho aqui, outro ali, uma vaga no hospital, um
remedinho na farmácia, um conserto de estrada por conta da prefeitura... Essas
coisinhas ele ia arrumando de um jeito ou de outro.
Até que um dia, chega a Tabuí a senhora Senadora. Sim,
senadora lá de Brasília. Mulher fina e chique demais da conta viera para
conhecer a região onde recebera uns votos e, quem sabe, conseguir mais outros.
Zezim era dono de uma charrete e resolveu convidar a autoridade para um passeio
pela zona rural, onde, segundo ele, ela era muito querida. A distinta, querendo
mostrar-se humilde e sem luxo, topou o passeio e foram os dois estrada afora. O
Vereador Zezim emocionado e cheio de cerimônias.
Esqueci-me de dizer que quem tava puxando a charrete era o
Jurumela, recentemente adquirido pelo vereador, com verba da prefeitura. Pois
bem. O Jurumela ia puxando os dois e ouvindo aquele papo fiado do vereador até
que, numa certa hora, deu um tropeção ao enfiar o pé num buraco onde era cupim
e, junto, solta um sonoro pum. Para o Zezim aquilo foi muito normal e natural,
mas a Senadora ficou encabulada. Vermelha feito um tomate maduro, perdeu o fio
da meada e embaralhou o assunto. Como o Zezim nada falou, ela resolveu consertar
a situação.
- Desculpe nobre vereador Zezinho, mas como é a natureza,
não?
- Nada, nobre Senadora! Picisa de descurpá não. Inté pensei
qui sesse o meu Jurumela, uai!...
Nenhum comentário:
Postar um comentário