Lá bem perto de Toá,
por entre as montanhas, ainda existe uma tribo indígena. Uma das poucas que
sobrou após séculos e séculos da perseguição que começou em Porto Seguro.
Extremamente arredios, não queriam papo com o homem branco e cada vez se
distanciavam mais dos ditos civilizados. Foi nessa situação que apareceram por
lá três cidadãos bem formados, técnicos altamente especializados, mandados pelo
governo, para fazerem uma pesquisa entre os índios.
Antes de serem os três
apresentados, o guia que viera de Tabuí, fez questão de esclarecer:
- Ó, cêis têm qui falá
divagá! E fazê gesto prês intendê ocêis direitim...
Ao descerem do jipe, o
primeiro técnico, um médico, apresentou-se ao pajé, seguido pelos outros dois.
- Mim me-di-cu,
médico!
- Mim bo-ta-ni-cu,
botânico!
- Mim co-mi-cu,
cômico!
Quando os três estavam
devidamente apresentados, esperavam o pajé dar-lhes as boas-vindas. Mas este
ficou de pé, pegou seus paninhos, seus espelhinhos e mais outros enfeitinhos e
foi saindo, não sem antes voltar a cabeça e dizer aos visitantes:
- Diante disso, mim
cascar fora!....
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