Era dia de sexta-feira, quando o padre Anacleto dedicava meia hora, antes da missa das dezenove horas, para atender aos fiéis no confessionário. Foi aí que veio para se confessar o Samuca, o terror da cidade, conhecido das mães de família por ser o maior paquerador de Tabuí.
- Padre Anacleto, tô
quereno contá uns pecado!...
- Sim, figlio mio!
Quais são seus pecados?
- Ó, padre, sabe a
fia do Toinzão, ali da Rua do Assobio? Pois é. Dormi com ela. Sinhô sabe a fia
do ex-prefeito, aquela que largou do marido? Tamém eu já créu!... Isturdia eu
fui no Belzonte e tava lá uma moça da televisão que se engraçô pro meu lado e
eu num perduiei, padre! E tudo isso, sem falar que sô home casado, sô vigário.
Fui infiel à minha esposa...
Padre Anacleto
pensou, pensou e lembrou que todas as mulheres citadas pelo pecador eram
bonitas e muito conhecidas. Não teve alternativa.
- Figlio não posso
perdoar os seus pecados!... lamento muito.
- Mas, causdiquê,
padre? Deus não perdoa tudo que a gente conta pro padre na confissão?
- Perdoa, figlio!...
a misericórdia dEle é infinita. Mas tem um problema.
- Qualé o pobrema,
padre?
- É que Deus pai não
vai acreditar que o senhor esteja arrependido!...
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