Aquele dia foi a
glória pro Varistão. Num domingo ensolarado ele saiu de Tabuí levando dois
baldes e foi pra sua fazendinha buscar umas frutas. Olha daqui, olha dali, cuida
disso, cuida daquilo, até que ouviu uns gritos pros lados do açude. Na fazenda
não ficava ninguém, nem pra tomar conta e ele estranhou a gritaria. Ao chegar
mais perto, viu que umas oito moças, todas nuas, tomavam banho no açude.
Varistão achou aquilo bão demais da conta e foi indo devagarinho carregando os
baldes, já com algumas frutas e apreciando os detalhes da surpreendente
paisagem. “Isso é que é muié e não aquela jararaca que tenho lá in casa”,
pensava ele.
Mas, como tudo que é
bom dura pouco, uma delas viu o Varistão. Soltou um grito, mergulhou e foi pra
parte mais profunda do açude. Foi igual acontece a um bando de capivaras. As
outras fizeram o mesmo, numa gritaria só.
- Bom dia, moças! Tudo
bem cocêis?
A turma não sabia o que dizer e o que fazer. Até que uma
resolveu dar bronca no dono da terra e do açude:
- A gente não sai
daqui enquanto o senhor não parar de espiar a gente e for embora!...
Varistão dá um sorriso
maroto e retruca, mostrando os baldes:
- Moça, num vim aqui
pra espiá ocêis não!.. Vim aqui foi pa trazê carne pra alimentá os jacaré que
tão com uma fome danada nessa parte mais funda do açude.
Aí é que foi gritaria
de verdade. E Varistão teve mais oportunidade de apreciar a paisagem enquanto
catava os paninhos que as moças deixaram pra trás, na ânsia de fugir dos
jacarés...
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