Este causo cê já viu contar que aconteceu em
vários lugares. Mas, agora, pra esclarecer direitinho, vamos mostrar que foi em
Tabuí mesmo e vamos dizer com quem foi. O Umbelino. Ele passara vários anos na
capital, Belzonte, juntando uns cobrinhos. Queria, quando voltasse à terra
natal, chegar com o que havia de bom e de melhor no mundo do progresso. Uma das
coisas que trouxe de melhor foi a tal da câmara digital. Trem moderno demais da
conta praquela terra onde povim nunca tinha visto nada igual.
Belino marcou reunião da famiage na fazendinha do
avô. Ao final do churrasco com muitos goles da Providência e outras branquinhas
pra todo mundo, juntou a turma lá na beira do corgo, assim perto da paineira véia,
entre esta e a cerca de arame farpado pra uma bela foto, numa paisagem da
infância de todo mundo. Numa homenagem à árvore, todos, meio bêbados,
desandaram a cantar “Paineira Velha”, enquanto o Belino escolhia um lugar pra
botar a câmara e programá-la para disparar em 15 segundos. Câmara programada sai
o visitante a correr para achar um lugar no meio da turma e sair bem na foto.
Pronto. Não houve quem ficasse quieto no lugar.
A turma saiu em disparada, trombando na cerca de arame farpado e afundando no
córrego. Houve quem deixasse quase toda a roupa presa no arame e quem
mergulhasse no córrego antes de se lembrar de que não sabia nadar. Umbelino,
depois de muito custo, acalmou a turma, juntou tudo de novo e mostrou brabeza:
- Mas, gente, que disimbestamento é esse? Pra
quê quiocês saiu tudo correno?
Foi a tia Almira, uma orelha cortada, a saia
rasgada e com um chinelo só, quem respondeu, depois de ter vomitado todo o
almoço:
- Uai, sô!... Si ocê qui cunhece o trem sai
correno, magina nóis qui nunca vimo isso!... Eu, hein?...
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