O trem de ferro ia celeremente, a quinze ou vinte por hora, com destino
a Tabuí. No vagão de segunda classe a coisa não tava boa. Gente assentada até
no chão, ar fedido de cigarro e vômito ressecado de alguém que enjoara, sem
falar na catinga de subaqueira...
Ao lado da porta, entre esta e o primeiro banco, um velhinho, assentado
no piso do carro, aos pés de uma madame com cara de poucos amigos. De repente
ele tira um olho, que era de vidro, joga-o para cima e pega-o de novo. Depois
de ter feito isto por três vezes a madame não aguenta e reclama:
- O senhor tem que ficá fazeno isto? Já vi qui o sinhô tem pobrema...
pode pará, seu inzibido!
- Num tô inzibino não sinhora! Sô tô quereno vê se lá na frente tem lugá
vago mode eu sentá, uai!...
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