Didico
Verdinho tava preocupado com a doença da Marrapa. Foi, cheio de dúvidas, ver o
médico lá em Tabuí pra quem resolveu abrir o coração.
-
Pois, dotô, a Marrapa, minha companheira de muntos ano, num anda mais quereno sabê
de mim, uai!... Num será quielacha qui num tô mais dano no coro? Causdiquê si o
sinhô num resorvê o pobrema, eu perdo ela protro...
- Faz
o seguinte, senhor Didico... Tome este remédio aqui... Vai deixar o senhor mais
reforçado e mais animados praquelas horas...
Diantou
foi nada. Passam uns dias e tá de volta o Didico com a mesma reclamação.
-
Oquecofaço, dotô? Ela virô as costa e num quis nem sabê!... O remedim valeu de
nada não, sô!...
- Senhor
Didico, tenho um remédio aqui mas é forte demais da conta e a gente não o
recomenda pra qualquer um, pois, o seu uso, de forma desregrada, pode até
matar... Vou dar uma dose pra uma noite apenas. E vamos aguardar e ver a reação
dela.
Como
o Didico Verdinho não apareceu no dia seguinte para reclamar ou dar notícia,
quem ficou preocupado foi o médico. À tarde, preocupação aumentada, ela
resolver Ir à casa do paciente, que ficava na roça, bem a uns três quilômetros
da cidade. Ao chegar ao sítio do Didico, tá ele lá vestido de preto.
-
Mas, seu Didico, não é possível que sua mulher não aguentou a dose e morreu?
O
Didico tava calado e calado ficou. Mas, ouvindo a conversa, vem lá de dentro a
mulher do Verdinho.
- Né
não, dotô, tô é muito boa e foi bão o sinhô tê vindo! Pois num há de vê o dotô
que a cabritinha Marrapa morreu de repente? E até agora ninguém sabe causdiquê!...
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