Zenobre arrumou emprego no bar do
Copo Sujo. Aí ajuntou a sede com a vontade de beber. A toda hora tava o moço
molhando a goela. E não tinha dia que Zenobre chegava são em casa. Aquilo foi
piorando, piorando até que ele passou a não conseguir mais ir trabalhar. Os
amigos aconselhavam, mas de nada adiantava. O vício entranhou na alma do moço e
ele não dava mais conta de largar a marvada.
Até que piorou tudo. Zenobre entrou
em coma. A notícia correu as três ruas de Tabuí feito fogo no paiol e os amigos
foram chegando pra fazer companhia ao doente no que previam serem os instantes
finais.
Zenobre tava lá na cama e a turma em
volta, cada um com a cara mais séria que o outro, imaginando como seria o
encontro do amigo com o Criador. Houve até quem pensasse em mandar algum recado
pro Altíssimo.
Zenobre como eu disse, na cama, já em
posição de morte. Alguns dos amigos choravam disfarçadamente. Até que o Cara de
Onça, olhando de lado, teve uma ideia:
- Óia ali um Santantonho! Vamo botá
ele nas mão do Zenobre. Já que ele tá morreno, que morra com um santo... Né
não?
Quando Zenobre sentiu que tinha
alguma coisa nas mãos, começou a resmungar e a abrir a boca, mostrando a língua.
Aí achou a cabecinha do santo e com muito custo pediu, balbuciando:
- Gente, tira a rôia!
(Escrito com base em relato de M.T.
Freitas, de Caxambu-MG)
Um comentário:
Crlh... nem na hora da morte o cara esquece a maldita !!!! kkkkkk Muito bom !!!!
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