Tavam lá, em plena praça de Tabuí, o Cirino e o
Pichula. Já que não tinham o que fazer, apreciavam o movimento de uma ou outra
bicicleta, de dois ou três transeuntes, e de uma moçoila por hora até que passa
um mancebo estranho, com uma perna da calça amarrada acima da botina,
manquitolando. Apressado, desconfiado, olhando pros lados, como quem não quer
ser visto... E o Cirino e o Pichula, como sempre, afiando a língua.
- Acho que aquelali caiu da égua, Cirino. Ô de
argum boi... Óia como ele tá mancano... Ispia pocê vê!...
O Cirino, como sempre, trolado, concordou
descombinando.
- É mezz, sô! Tá inté de dá dó. Mas carculo
caquilo é paralisia... Mó quele tá cuma perna mais fina que a otra...
- Paralisia? Rummm! Borá priguntá prele?
Foram. Cirino quem fez a pergunta:
- Causdiquê quiocê manca? Ieu falei pro meu
amigo Pichula quiera paralisia e ele – esse daqui, ó - acha quiocê caiu da égua
ô dum boi. Cê pode isclarecê pra nóis?
O manqueba, parado que foi bem no meio da
praça, não teve escapatória. Teve que dar o seu veredito:
- Ocêis tão inganado e eu tamém singanei. Pensei
que era só um punzinho e tô todo cagado...
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