Dona Lulu tinha uma empregada. Mais surda do
que a porta da cozinha. Segundo as más línguas a surdez era proposital. Só
quando ela, a Judite, queria. Dona Lulu, da rua, um dia teve que telefonar pra
casa.
- Judite, sou eu...
- Dona Lulu num táqui não!...
- Mas, Judite, sou eu, a Lulu!
- Dona Lulu num táqui, já falei!
- Judite, já disse que sou eu, a Lulu!
- Ah, bão!... É a Duminga, né?
- Ah, bão!... É a Duminga, né?
- Que Domingas o quê, muié! É a Lulu!... Ô
droga!
- Pois é, dona Duminga, a Lulu saiu! Foi batê
perna por aí qui é o quiela sabe fazê!...
- Judite, sua filha da mãe! Além de não ouvir,
ainda inventa, sua égua!...
- Ó, dona Duminga, ela saiu cedo pra mode batê
perna e sei lá fazê mais o quê... Inté agora na rua! Pode isso, sá?
- Ô, Judite, cê quer saber de uma coisa? Vá
plantar coquinho, vá!...
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