Certa vez, vinha o Lidio trotando, em seu velho cavalo de tantos
anos de lida, pela estradinha poeirenta que atravessava seu sítio, no
cumprimento diário de faina de vistoriar a lavoura e apartar o gado. De repente
aparece atrás dele, em alta velocidade, um carro de uma montadora estrangeira,
recém-saído de fábrica e, ao volante um pleiboizinho que veio lá de São Paulo,
exibia sua performance de motorista. Freou o possante ao lado do
cavaleiro e disse:
- E aí, seu Zé. Aonde vai com este pangaré? Não quer trocar por
350 cavalos que eu tenho aqui?
E, acelerando, deixou o Lidio comendo poeira.
A cem metros dali, a estradinha fazia uma curva que desembocava
numa ponte sobre o córrego dos Castilhanos.
Sem conseguir fazer a curva e derrapando no cascalho, o carro foi
lançado de bico no córrego. Quando, dali a pouco, chegou o Lidio, ele parou o
cavalo no meio da ponte, deu uma tragada no cigarrinho de palha e interpelou o
motorista:
- E aí, Seu Moço, resorveu dá água pa tropa?
(Causo recolhido e enviado por Joaquim da Silva Junior, de Carmo do Rio Claro-MG)
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