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08/05/2013

APAGANDO COM A GILETE



No grupo escolar de Tabuí tem a professora Betânia, a melhor alfabetizadora que já aparecera por aquelas bandas. Famosa mesmo. Tava ensinando pros meninos as famílias para a formação das palavras. Ba, Be, Bi, Bo, Bu... Pa, Pe, Pi, Po, Pu... No final do dia ela dá como tarefa pros seus alunos escreverem, em casa, a família do C.
Helinho não se faz de rogado. Queria sempre agradar à professora. Chega em casa e pede ajuda do pai.
- Intão vai, fio, iscreve aí: Ca Ce Ci Co Cu...
Helinho escreveu, com letra incerta e insegura o que o pai mandou. Mas o pai não gostou muito daquele negócio. Examinou, examinou e resolveu apagar a última sílaba. Não podia mandar aquele trem indecente pra professora Betânia, coitada!... Só que, cadê a borracha? Não tiveram dinheiro nem pra comprar o material escolar completo do filho... Naquele tempo nem Bolsa Escola havia... Aí o pai, com todo o cuidado, pegou uma lâmina de barbear velha e raspou a última sílaba que o Helinho havia escrito.
No dia seguinte, chega o Helinho à escola, doido pra mostrar o dever de casa pra professora Betânia.
- Leia aí, Helinho, bem alto a sua resposta!
- Ca, Ce, Ci, Co....
- Uai, Helinho, cadê o Cu?
     - Uai, fessora, o pai rapô ca gilete!....

(Causo recolhido e enviado por Edelson Silva Pereira Lopes, de Brasília-DF)

16/01/2013

EDUCAÇÃO SE APRENDE NA ESCOLA?



Lá na escola de Tabuí é uma bagunça quiçó. Professores até motivados pra ensinar, mas os alunos sem preocupação de aprender, como é comum por aí a fora neste país deitado eternamente em berço esplêndido. A meninada vê que jogar futebol dá mais dinheiro do que ser doutor ou professor. A inversão dos valores pode até dar samba de crioulo doido.
Quem descobriu o Brasil, ô Manezinho?  - pergunta a professora, em dia de teste oral.
Pego de surpresa, o menino responde:
- Quem foi? Ó fessôra, ieu sei quieu num fui, uai!... Tenho nada cuisso!
Ante resposta tão insólita e deseducada, por isto e outros issos a professora resolve ir à casa do menino ter um diálogo com o pai.
- Ó, senhor Tancredo, seu filho anda faltando com a educação, tá disperso nas aulas, muito distraído e.... E num há de ver que perguntei quem descobriu o Brasil e ele disse que não foi ele?
O Tancredo - este o nome do pai do Manezinho - arregalou os olhos, coçou a cabeça, virou pra lá, virou pra cá, mastigou um capinzinho e, parece que nervoso com o menino, respondeu:
     - Ó fessôra, pode apertá bem ele, viu?... Vai vê qui foi ele e o danado num qué contá!....