O Ditinho resolveu que
ia estudar em Tabuí, mesmo tendo que enfrentar todos os dias a distância de dez
quilômetros de Toá até a cidade. Segundo ele, era sacrifício que valeria a pena
pro seu futuro e o ajudaria a romper o analfabetismo que grassava na sua terra.
Já de posse das primeiras letras, que aprendera em Toá mesmo, embora sempre
tivesse mais dificuldades que os outros, bem menores e mais novos que ele, sua
evolução era constante, após quase dois anos de muita labuta.
Num certo dia a
professora resolveu testar a esperteza dos alunos na conversação e na criação
de frases. Pediu a todos que fizessem uma frase com a palavra “maiô”. E chamou
uns à frente para mostrar seus predicados.
Pra Marieta foi fácil:
“O maiô da minha mãe tem muitas bolinhas azuis”...
O Pedrinho também não
teve dificuldades: “minha irmã tem um maiô que tá iscangaiado”...
Já a Maria Antonieta
resolveu agradar a mestra: “a professora tem o maiô mais bonito do mundo”...
E chegou a vez do
Ditinho que, nervoso, foi lá na frente ler sua frase: “O cachorro cagô na
varanda. Aí meu pai, cheio de reiva, maiô ele na parede”...
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