23/03/2013

CANDIDATO A PREFEITO




- Niqui o Mané Curuja fô prefeito, eu qui vô andá de ômnis de graça!
- Vai o quê, Cremente! Ele nem cunhece ocê, sô! Quem vai sô ieu!
- Num vô, é? Cê vai vê, invejosa! E num vô dexá ocê i não, de jeito manera!...
Este é um trecho da briga diária entre o Clemente e a mulher, Nenzica, muito antes da eleição. A cada dia, nova briga por vantagens que o marido e mulher queriam tirar, em sendo vencedor lá na prefeitura de Tabuí, aquele que ele dizia ser seu grande amigo, o Mané Curuja. E preciso esclarecer que o tal do Mané nem candidato era.
- E cê sabe o quê mais, Nenzica! Eu qui vô andá na roda gigante do parque e entrá no circo, tudo dado!... E cê acha qui vô ti levá? Nunquinha!....
- Ma ieu já num quero i memo! Tomara que o Mané ganha a prefeitura! Quero vê ele lembrá docê niqui tive lá!
Passou a eleição, com o Coruja candidato. Mas Mané Coruja nunca mais apareceu por aquelas bandas. Foi quando perguntaram pro Clemente:
- Cumé qui é Clemente, e a política? O home ganhô?
- Ó, sô. Querdita ocê que o Mané Curuja tirô em tercero lugá?
- Mas que coisa boa, home! E quantos candidatos tinha lá pra prefeitura?
- Trêis!...

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