O Alfredão ia pela rua a fora,
desanimado, oferecendo mandioca. Cidade pequena, freguesia parca. Difícil achar
quem quisesse mandioca àquela hora.
- Óia a mandioca!... Óia a
mandioca!...
Foi aí apareceu lá no começo da rua
uma concorrente, gritando a plenos pulmões, oferecendo uma fruta desconhecida
da turma de Tabuí.
- Óia o caqui! Óia o caqui canela!
Muito mais gostoso que bringela!... Era a Joaninha, fazendo poesia com o seu
produto. Aquela gritaria mexeu com os brios do Alfredão, que não gostou da
concorrência e resolveu sofisticar.
- Óia a mandioca!... Mandioca boa,
grande e gostosa!... Baratinha!...
O tom da propaganda foi subindo e
tava virando briga. A coisa só teve um fim quando a gritaria chegou aos ouvidos
do Padre Anacleto que veio, bravo, ver o sucedimento. Foi na hora em que a Joaninha
gritava com voz fina e tentando rimar, pra cidade toda ouvir:
- Que mandioca o quê! É
caqui! Só caqui! Só caqui canela, Afredão! Só caqui quié bão!...(Baseado em relato enviado por José Sallum, de Caxambu-MG)
Um comentário:
Eurico, amei esta do caqui e todas as demais que tenho lido. Continue nos divertindo com seus "causos."
Abraço,
Hélvia Paranaguá
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