04/03/2013

FAZENDO CONFUSÃO




     O senhor juiz estava em dia de vó atrás do toco. Bravo até com a sombra. Sua raiva era de ter que atender em Tabuí, naquele arremedo de fórum, que era uma sala da prefeitura municipal, abarrotada de gente. O cheiro de suor do povo humilde exalava pelas janelas.
     Sem nem ler o processo a que ia julgar, o meritíssimo, para acalmar as partes que estavam à sua frente, abaixou um pouco a voz e começa:
     - E a olaria? Produzindo muito tijolo? Ou parou de funcionar?
     O advogado, um moço esperto, estranhando a coisa, foi logo consertando:
     - Há um equívoco, Meritíssimo! Não é olaria, é dona Olária, a autora da ação...
     Senhor Juiz não tinha onde botar a cara. Vermelha, feito pimentão. Recriminando-se internamente pela pressa e pela falta de cuidado de nem ler o processo.

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