Certa quadra chegou a Tabuí um sujeito querendo comprar uma
casa. O corretor, o Sô Quim, mostrou uma casa pra ele e começou a gavá.
- Ó, sô, a casa é boa demais da conta. E tem
mais, aqui é lugá bão. Cidade boa, de muito pogresso. Povim mais mió num tem.
Se o sinhô vinhé pra cá num se arrepende não. Aqui é lugá por demais
assussegado. Pro sinhô tê uma ideia, aqui nem morrê o povo morre. Tem uns par
de ano que num morre ninguém aqui.
Nisso,
o forasteiro olha pra baixo e avista um cortejo com carregamento de defunto,
subindo a Rua do Assobio. Fica curioso ao verificar a contradição do Sô Quim e
pergunta, na bucha:
- Uai, e aquele enterro lá? Quem que é?
Sô Quim não perdeu o rebolado. Rindo amarelo,
gaguejando, levantou a cabeça e respondeu:
- Ô, sô!... Prestenção!... Putaquilamerda! Tadim!
Aquilo é do dono da funerária!... Morreu de fome...
(Causo garimpado e contado pelo amigo Divino Martins, de Itapuranga-GO)
(Causo garimpado e contado pelo amigo Divino Martins, de Itapuranga-GO)
©By
Eurico de Andrade, in Tabuí e seus Causos https://www.facebook.com/causos
e http://tabui.blogspot.com.br/
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